O Parque Nacional do Itatiaia (PNI) incorporou ao patrimônio público, por meio de aquisição amigável, três áreas privadas localizadas na parte baixa da unidade.
No dia 13 de agosto de 2025, foi lavrada a escritura de aquisição de 45.144 m² do Lote 15, pertencente à tradicional família Zikan, que detinha a propriedade desde 1923. A área está situada na divisa sul do Parque e atualmente abriga um programa de recuperação de áreas degradadas.
O ato de lavratura foi realizado no Cartório do Ofício Único de Itatiaia, com a assinatura do chefe do PNI, Felipe Cruz Mendonça, representando o ICMBio, e dos herdeiros da família: Mara Régia Zikan do Nascimento Mariano, Marcos Zikan do Nascimento, Letícia Zikan do Nascimento Sifuente e Lívia Zikan do Nascimento Sifuente.
A importância histórica da família Zikan para o PNI
A família Zikan é uma das mais antigas com vínculo territorial e científico com o Parque. O naturalista José Francisco Zikán (1889–1962), de ascendência tcheca, dedicou grande parte de sua vida ao estudo da entomofauna da Serra da Mantiqueira.
Zikán trabalhou na antiga Estação Biológica do Itatiaia desde 1923, tornando-se, em 1937, naturalista do recém-criado Parque Nacional do Itatiaia, onde permaneceu por 26 anos. Nesse período, estruturou uma coleção de mais de 150 mil exemplares de insetos, hoje parte do acervo histórico da Fundação Oswaldo Cruz.
Reconhecido pela comunidade científica nacional e internacional, publicou 41 trabalhos sobre taxonomia, ecologia e biologia de insetos, com destaque para Lepidoptera, Coleoptera e Hymenoptera. Junto com seu filho Walter, organizou o Catálogo dos Insetos da Serra da Mantiqueira, publicado em dois volumes (1940 e 1946).
A coleção exposta no Museu do PNI é resultado de sua trajetória, continuada por seus filhos Walter e Leonor. Em sua homenagem, a biblioteca do museu recebeu o nome de “José Francisco Zikan”, onde também se encontra um retrato seu, pintado por Osório Belém.
Fonte e foto: PNI
