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ECONOMIA - Pandemia estimulou setores econômicos relacionados ao “novo normal”
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Publicado em 11/02/2021

As complexidades de aliar prevenção à saúde na pandemia da Covid-19 e manter setores econômicos aquecidos foram encaradas por todo o País em 2020, e continuam sendo um dilema para 2021 com a chegada da segunda onda de contaminações. Porém, pesquisas e análises de especialistas mostram que os setores econômicos que mais estiveram relacionados ao “novo normal” foram os que mais encontraram oportunidades de crescimento nos últimos meses.

Esse novo contexto encarado pela população brasileira envolve, principalmente, a ampliação de formas de comunicação e trabalho remotos, o maior uso de dispositivos para acesso ao atendimento médico e maior tempo dentro de casa. Todos esses fatores contribuíram para a fomentação de diferentes setores tecnológicos, por exemplo. 

De acordo com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), a participação do e-commerce no comércio varejista em novembro de 2020 foi de 14,4%, quase o dobro do mesmo mês de 2018 (7,6%). Outra pesquisa, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que mais da metade das empresas que têm até três tecnologias integradas aos processos registraram, no fim de 2020, um lucro igual ou maior que o período pré-pandemia, enquanto menos da metade das que ainda não se adequaram à modernidade contaram com lucro igual ou maior.

O uso da tecnologia hospitalar também ganha destaque e deve ser cada vez mais padronizado nos próximos anos. O Observatório da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) realizou um levantamento que apontou que 75% dos hospitais realizavam práticas da telemedicina, e para 77,8% o uso das ferramentas de tecnologia da informação tem alterado de forma positiva a performance do hospital durante a pandemia. Na visão de Hugo Cândido, especialista em e-commerce e consultor em tecnologia, duas indústrias que apresentam destaque econômico neste momento são aquelas voltadas para os equipamentos domésticos e os suprimentos hospitalares.

“A pandemia trouxe diversos problemas e atribulações, mas, com isso, também, algumas oportunidades, principalmente no mundo dos negócios. A gente percebe que a área de tecnologia acabou tendo uma crescente muito grande por duas vertentes. A primeira delas foi em relação aos suprimentos hospitalares, que, a partir do momento em que temos mais pessoas doentes no mundo, precisamos dar mais apoio a essas pessoas e, com isso, a necessidade de ter mais equipamentos”, avalia.

Hugo lembra que esses equipamentos vivem uma crescente na indústria de tecnologia, não só puxados por quem vende, mas também por quem produz esses suprimentos. “Isso gera um movimento muito forte na economia mundial. Outra indústria que cresceu bastante foi o uso de utensílios domésticos. Porque, com a restrição de circulação da população, as pessoas acabam tendo que ficar em casa, trabalhar de casa, estudar de casa”, pontua.

Novos hábitos

A pandemia também forçou a população a adquirir novos estilos de vida. E outro mercado que foi aquecido com práticas da pandemia foi o setor de pets, “que se tornaram praticamente parceiros de home-office”, diz Nelo Marraccini, presidente-executivo do Instituto Pet Brasil. 

Com base no terceiro trimestre de 2020, o mercado pet brasileiro apresenta projeção de crescimento de 13,3%, em relação aos números de 2019, com faturamento previsto de R$ 40,1 bilhões. Até o final de 2021, a cifra é 6,88% maior do que aquela projetada nos primeiros seis meses de 2020.

Atualmente, o Brasil tem a segunda maior população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais em todo o mundo, sendo o terceiro maior País em população total de animais de estimação. Nelo lembra que a pandemia afetou economicamente as famílias, mas os pets não foram tão afetados por conta da percepção afetiva de que eles são “parte da família”.

“Por isso, mesmo em períodos de dificuldade econômica, o consumidor não para de cuidar da saúde e bem-estar do animal. Ele pode optar por um produto mais em conta, que é normal, mas não deixam de fazê-lo. Paralelamente, passando mais tempo em casa por conta do distanciamento social, as famílias começaram a dar mais atenção aos pets”, afirma. 

Dentro desses novos hábitos, destacam-se ainda o crescimento dos setores relacionados aos produtos do lar e os gastos com produtos alimentícios, em estabelecimentos físicos e plataformas on-line. Especialistas destacam ainda que a busca por soluções tecnológicas diante dos cenários que enfrentam dificuldade este ano, como educação ou cultura, podem ser alternativas de crescimento. 



Fonte: Brasil 61

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